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Os Desafios do Magistério pelos Professores Paulo Ormindo e Naia Alban

Criar um ambiente estimulante para o aprendizado, passar diferentes conhecimentos e estimular espaços colaborativos. Esses desafios do ensino são inerentes a diferentes gerações de professores  que celebram hoje, dia 15 de outubro, o seu dia. O papel dos mestres vai além da formação de profissionais capacitados. Como testemunhas das mudanças do processo de ensino, os professores oferecem uma visão das mudanças nas gerações de arquitetos que se formam, para assim fortalecer o campo de atuação da arquitetura e também na formação de arquitetos e urbanistas que servirão melhor à sociedade.

Foi buscando essa observação precisa que o Conselho de Arquitetura e Urbanismo da Bahia conversou com dois professores de diferentes gerações para aprender um pouco com suas experiências e comemorar este Dia do Professor.

Paulo Ormindo é professor da Faculdade de Arquitetura da UFBA desde 1964. Especialista em restauro do patrimônio histórico de Salvador, o professor, e também Conselheiro do CAU/BA explica que aprendeu sobre os desafios da profissão com um dos grandes educadores do país, o Professor Anísio Teixeira. “Eu aprendi com Anísio Teixeira que o desafio do professor é criar um ambiente onde os alunos percebam os fenômenos para entender as explicações. Não posso apenas passar a informação para o aluno, tenho que motivar nele a descoberta”.

“Os estímulos da profissão envolvem a atualização constante dentro dos novos processos informatizados”, conta Naia Alban, Diretora da Faculdade de Arquitetura e professora na instituição, desde 1996. A professora busca superar os desafios com as turmas de alunos que entram todos os anos na faculdade. “A energia que brota da relação com o aluno é essencial para superar os vícios da universidade pública, às vezes difíceis de lidar. Nesse sentido o professor é mais um condutor que um mestre”, explica.

NOVO PERFIL

A mudança no perfil do alunado é um fenômeno que não passou despercebido pelos docentes que juntos somam 70 anos de experiência. “Quando me formei, as turmas eram essencialmente masculinas. Hoje as alunas são maioria”, aponta Ormindo. A professora Naia vê na política de cotas da UFBA mudanças maravilhosas para o contexto da sala de aula. “Os alunos cotistas trazem a angústia da cidade para a sala de aula. Com a sua visão pragmática eles sabem o que é uma laje, uma fundação. Isso, no contato com a maior facilidade de abstração dos alunos não cotistas, resulta em produtos dinâmicos e positivos para o campo da Arquitetura e do Urbanismo.”

Do alto da sua notoriedade acadêmica, o professor Paulo Ormindo não se limita a um possível conforto de sua posição e sugere uma renovação no modelo de ensino da arquitetura: “Hoje nós estamos na Faculdade de Arquitetura formando gente que tem pouca experiência profissional. Como sempre digo: não posso ensinar violão conhecendo grandes composições sem tocá-las. O ensino se nutre no fazer”, critica.

Naia finaliza convidando os futuros arquitetos para atividade em conjunto: “A mensagem que eu tento passar para os alunos é que eles sejam menos autorais e mais colaborativos. Só fará bem à Arquitetura, o Urbanismo e a sociedade como um todo”, deseja.

 

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