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Bahia é destaque nacional em arquitetura efêmera

arquitetura efêmeraGraças ao Carnaval, profissionais baianos desenvolvem técnica específica para projetar camarotes.

 

Considerada uma das maiores festas de rua do mundo, o Carnaval de Salvador atrai todos os anos turistas e foliões interessados não só em brincar nos espaços públicos, mas também nos camarotes, que a cada temporada ficam mais sofisticados. Cinema, área para massagem e discoteca eletrônica são apenas alguns exemplos de espaços criados pelos arquitetos baianos, que estão entre os maiores especialistas do Brasil na chamada “arquitetura efêmera”.

São estruturas complexas, criadas para suportar todo tipo de adereço, mas que devem obedecer a critérios de segurança e conforto, além da necessidade de um projeto assinado por um arquiteto registrado no Conselho de Arquitetura e Urbanismo (CAU). Nesse sentido o CAU/BA realiza todos os anos vistorias nos circuitos oficiais da festa, verificando se os projetos obedecem às normas técnicas e emitindo notificações preventivas, se for o caso.

Para o presidente do CAU/BA, Guivaldo D’Alexandria, é importante a atuação do conselho profissional para proteger a sociedade e garantir que os camarotes atendam aos requisitos exigidos por lei. “O nosso papel é certificar que exista profissional que figure como responsável técnico pela concepção e elaboração do projeto arquitetônico dessas estruturas e que tais profissionais estejam devidamente registrados no CAU e, assim, habilitados a exercerem a profissão”.

O presidente do CAU/BA destaca ainda que é necessário verificar se existe um plano de emergência para situações de incêndio e pânico, bem como é importante a disseminação ampla das informações sobre a segurança e as estruturas, como limites quantitativos de peso, carga, pessoas e sinalizações de escape. “A transparência dessas informações e a fiscalização efetiva do quantitativo máximo permitido em cada estrutura montada é fundamental para que se mantenha a segurança de tais eventos”, ressalta Guivaldo.

O CAU/BA deu início ao processo de fiscalização para o Carnaval de 2015 em dezembro do ano passado, enviando ofício com solicitação de esclarecimentos a proprietários de camarotes, produtores, empresas e profissionais, que historicamente atuam na festa. De 26 a 30 de janeiro a fiscalização do Conselho atuou em campo nos circuitos da folia, retornando entre os dias 9 e 12 de fevereiro, emitindo relatórios técnicos das atividades de fiscalização realizadas.

Obra de curta duração

A diferença básica da arquitetura efêmera para a tradicional é a duração da obra, que costuma ser muito curta. Felizmente, no caso da Bahia a arquitetura efêmera diz respeito a festas e exposições, ao contrário de alguns outros lugares onde há necessidade de construções efêmeras por desastres naturais, como terremotos, ou até mesmo por conflitos armados.

No caso do Carnaval, monta-se uma estrutura durante um mês para ser desfeita em uma semana, o que requer bastante agilidade do CAU em fiscalizar essas construções em tão pouco tempo.

Um dos mais experientes profissionais nesse tipo de construção é o arquiteto Giuseppe Mazzoni Filho, que começou a trabalhar nessa área em 1983, numa época em que atuavam nesse segmento publicitários, promotores e empresas montadoras de estruturas tubulares.

Ao longo dos anos já fez montagem de palcos e camarotes em vários estados brasileiros, não só para festa, como também para gravação de DVD de artistas baianos. Atualmente Giuseppe é responsável pela montagem do Festival de Verão e do Planeta Othon, em Ondina, além de outros espaços. No total são nove camarotes sob sua responsabilidade este ano.

Ele conta que da década de 1980 para cá muita coisa mudou, sobretudo em termos de montagem, materiais e concepção dos espaços.

No que diz respeito à segurança, Giuseppe esclarece que toda a parte estrutural é calculada pela empresa responsável pela montagem, que deve apresentar à Sucom registro com a assinatura de um responsável técnico.

“O projeto arquitetônico é sempre casado com o estrutural e tudo aprovado pelos órgãos de fiscalização. Trabalhamos sempre com a densidade de duas pessoas por metro quadrado. Se, por exemplo, durante o Carnaval, passar alguém importante na avenida e todos forem para a frente do camarote, ele já está dimensionado para suportar isso”, garante o arquiteto.

No ano passado, segundo dados da Secretaria Municipal de Urbanismo (Sucom), funcionaram no Carnaval de Salvador 38 camarotes (34 no Circuito Dodô e quatro no Osmar), 53 praticáveis e 265 balcões.

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