Patrimônio em Risco, evento do Dia do Arquiteto discute a situação de ameaça do patrimônio histórico e cultural de Salvador

Dia Do Arquiteto

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Patrimônio em Risco, evento do Dia do Arquiteto discute a situação de ameaça do patrimônio histórico e cultural de Salvador

Cerca de 1.500 imóveis do Centro Histórico estão em risco e sem perspectiva de recuperação

No dia 15 de dezembro, comemora-se o Dia Nacional do Arquiteto e Urbanista. Neste ano, o Conselho de Arquitetura e Urbanismo da Bahia escolheu a data para discutir o tema “Patrimônio em Risco”, com painel de debates que será realizado no dia 16 de dezembro, a partir das 18h, na Casa do Comércio. As inscrições são gratuitas para estudantes e profissionais de arquitetura.

O evento faz parte de uma série de medidas adotadas pelo CAU/BA em defesa do patrimônio histórico de Salvador. Desde 1985, a região do Centro Histórico é tombada como Patrimônio Cultural da Humanidade e atualmente, encontra-se em condições precárias de uso e conservação, fato preocupante que levou o Conselho, junto com representantes do Instituto dos Arquitetos do Brasil – Departamento da Bahia e Sintarq (Sindicato de Arquitetos e Urbanistas Baianos) requererem no mês de maio à Unesco (braço da ONU para educação e cultura) incluir os casarios do Centro Histórico de Salvador na lista dos patrimônios ameaçados.

No Brasil, nenhum sítio está na Lista do Patrimônio Mundial em Perigo. Apenas o parque onde ficam as Cataratas do Iguaçu, no oeste do Paraná, já apareceu na lista de patrimônios ameaçados.

Centro histórico em risco

Atualmente, cerca de 1.500 imóveis do Centro Histórico estão em situação de risco, desabitados ou escorados e sem perspectivas de recuperação, segundo o arquiteto Paulo Ormindo, doutor em preservação de monumentos e sítios históricos pela Universidade de Roma III.

Durante as chuvas do mês de maio em Salvador, 31 imóveis foram demolidos no Centro Histórico pela Prefeitura de Salvador, com autorização do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN).

Para o Presidente do CAU/BA, Guivaldo Baptista D’Alexandria, falta uma política de restauração e preservação do patrimônio “herdamos o legado, mas sem uma política de preservação, apenas ações isoladas. Nos últimos anos, apenas tem se materializado uma política de escoramento, para a ruína não cair”, afirmou.

Para especialista, falta uma política efetiva de preservação

Convidado para o evento, o arquiteto cearense,  Romeu Duarte Junior, doutor em Arquitetura e Urbanismo e professor da Universidade Federal do Ceará, defende que há muitos entraves que dificultam uma política mais efetiva de preservação do patrimônio “a falta de alternativas disponíveis aos proprietários de imóveis tombados; a mania de dizer “não” dos técnicos da preservação; a falta de atualização destes mesmos técnicos no que diz respeito às transformações por que têm passado os conceitos de preservação do patrimônio edificado em todo o mundo; o desconhecimento da legislação incidente; a falta de conexão entre o planejamento urbano e a preservação; a ausência de diálogo entre as partes envolvidas; e por último, mas não menos importante, a falta de bons projetos que viabilizem a preservação e a reabilitação de áreas urbanas com valor cultural agregado.

Para o arquiteto baiano Paulo Ormindo, a conservação do patrimônio histórico também está ligada a autoestima dos cidadãos com relação à sua cidade “Você não pode construir um futuro sem ter uma consciência do seu passado e dos processos históricos, além de estar ancorada na tradição e na autoestima dos soteropolitanos, a mobilização dos setores políticos só irá ocorrer se a população tiver identidade com esse patrimônio”.

Evento

Durante o evento, os presentes assistirão a uma mesa mediada por Paulo Ormindo que receberá Romeu Duarte Júnior, da Universidade Federal do Ceará, João Carlos Cruz, Diretor do IPAC (Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia) e Milena Tavares, Gerente de Sítios Históricos da Fundação Gregório de Mattos, para exposição de questões acerca do tema, seguido de debate com o público.

Participantes

Paulo Ormindo

O mediador Paulo Ormindo David de Azevedo é formado em Arquitetura pela Universidade Federal da Bahia (FAU UFBA) desde 1959 e possui especializações em Geografia Urbana pela University of Wisconsin – Madison (1960), especialização Internacional de Prospecção Arqueológica pelo Instituto Politécnico de Milão (1969) , especialização em Specialisation Pour La Conservation Et La Restaura pela International Center Of Conservation And Restoration Of Monuments And Sites (1969) e doutorado em Perfezionamento Per Lo Studio Dei Monumenti pela Università degli studi di Roma Tre (1970).  Atualmente é professor da FAU-UFBA, atuando na área de restauro do centro histórico da cidade de Salvador.

Restauração Arquitetônica: entre o passado e o presente

Romeu Duarte  Júnior

Romeu Duarte Júnior é arquiteto e urbanista pela Universidade Federal do Ceará (1985), Mestre (2005) e Doutor (2012) em Arquitetura e Urbanismo pela Universidade de São Paulo. Atualmente é Professor do Curso de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal do Ceará, sendo representante suplente da UFC no Conselho Municipal de Patrimônio Histórico e Cultural de Fortaleza. Foi Superintendente do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional – IPHAN no Ceará (1997-2008), Presidente do Departamento do Ceará do Instituto de Arquitetos do Brasil – IAB-CE (1992-1994) e Presidente da Direção Nacional do Instituto de Arquitetos do Brasil – IAB (1994-1996). Foi também membro do Conselho Estadual de Preservação do Patrimônio Cultural do Ceará (2001-2008) e membro do Conselho Estadual de Cultura do Ceará (2003-2008), além de representante titular do IAB na Comissão Nacional de Incentivo à Cultura do Ministério da Cultura – CNIC-MinC (2011-2012). Recebeu, em 1996, a Insígnia e Medalha de Ouro do Colegio Oficial de Arquitectos de Madrid pelos relevantes serviços prestados à arquitetura.

Tese de doutorado do Professor Romeu Duarte Junior “Sítios históricos brasileiros: monumento, documento, empreendimento e instrumento – o caso de Sobral – CE”

Entrevista com o Professor no Jornal O Povo Online

Coluna do Professor no Jornal O Povo Online

João Carlos de Oliveira

O arquiteto baiano João Carlos de Oliveira foi nomeado, no início do ano, diretor do Instituto do Patrimônio Artístico Cultural da Bahia (IPAC), autarquia que desenvolve políticas públicas para os bens materiais e imateriais do estado. João Carlos é especialista em Conservação e Restauração de Monumentos e Conjuntos Históricos pela Universidade Federal da Bahia (Ufba) e integra, desde 2009, o quadro do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), do Ministério da Cultura (Minc).

João Carlos de Oliveira: convite à permanência

Milena Luisa da Silva Tavares

A arquiteta formada pela Faculdade de Arquitetura da UFBA é Gerente de Sítios Históricos da Fundação Gregório de Mattos onde coordena a manutenção de monumentos públicos de Salvador. Possui especialização em gestão de cultura dos estados do nordeste pela Universidade Federal Rural de Pernambuco, UFRPE, Brasil com o trabalho “O Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia (IPAC) na Salvaguarda de Bens Móveis e Integrados na Bahia e especialização em Conservação e Restauro de Monumentos e Sítios Históricos – CECRE pela UFBA. Antes da FGM, Milena foi da coordenação de ações de preservação, pela Lei Estadual 8.895/2003, e de restauro do patrimônio cultural, prevendo: desenvolvimento de dossiê, termos de referência, inventário, análise, pesquisa e emissão de informação e parecer técnico acerca de bens culturais.

SERVIÇO:

EVENTO PATRIMÔNIO EM RISCO – DIA DO ARQUITETO E URBANISTA 2015

ONDE: Casa do Comércio

QUANDO: 16 de dezembro, às 18h

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